sexta-feira, 22 de maio de 2009

OBRIGADO E BOA SORTE


Teve fim nessa quinta-feira uma novela que se passava no Botafogo. E o desfecho foi triste e melancólico para nós, torcedores do Glorioso. Trata-se da negociação do meia Maicosuel, craque e artilheiro do Campeonato Carioca. Contratado pelo Hoffenhein, da Alemanha, ele receberá certa de 10 vezes mais do que ganhava aqui.

Vejo muitos torcedores criticando a postura do nosso Mago. A verdade é que esses são egoístas. Tudo o que ele conquistou nesses cinco meses foi fruto de seu trabalho, seu esforço, seu talento. O Botafogo abriu, sim, as portas. Mas o sucesso dependia dele. Chegou desacreditado, e a cada jogo foi conquistando a confiança, o carinho e a admiração de todos. Da torcida, dos funcionários, dos companheiros e até de muitos adversários e torcedores rivais. Um craque!

Obrigado, Maicosuel. Primeiro, por tudo o que nos proporcionou em campo nesse Carioca. Seus 12 gols e o posto de artilheiro, suas assistências precisas, seus dribles mágicos, suas jogadas de efeito. O Botafogo andava carente disso. E você, Maicosuel, nos encantou. Nos mostrou o puro futebol-arte. Nos fez vibrar de alegria, no Maracanã e no Engenhão, até mesmo quando saímos derrotados, como contra o Americano. Você resgatou o futebol da camisa 10 do nosso Alvinegro.

Segundo, pela pessoa que você é. Aquele moleque brincalhão, sempre de bom humor, sempre disposto a uma foto, um autógrafo. Humildade também é uma marca sua. Devido à transparência da administração atual do Botafogo, percebemos a boa pessoa que você é e foi. Poucos devem saber, mas você já havia recusado uma proposta ótima do futebol russo, por ter conversado sobre isso com nosso diretor. Mostrou, assim, que é um cara de palavra.

Saiba, também, que as portas sempre estarão abertas, caso você tenha necessidade ou mesmo vontade de voltar. Nós, verdadeiros botafoguenses, desejamos tudo de melhor na sua vida e carreira. Sabemos que a adaptação é complicada, mas você é guerreiro e vai superar. Seu choro sincero nos fez valorizar ainda mais sua passagem - mesmo que meteórica - em General Severiano. E, como você disse, ficará guardado em nossos corações.

Vá com deus, Mago, e seja muito feliz. O aguardamos em breve, para comemorarmos mais golaços, mais jogadas mágicas, e muitas outras humilhadas em João, digo, Juan. Obrigado por tudo, mais uma vez.

Saudações Alvinegras

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sempre haverá uma bandeira alvinegra

Alguns times têm rivais. Já outros times dizem que os têm para colarem a imagem e inflar artificialmente uma rivalidade e, assim, crescerem. Mas nós (e eles) não precisamos disso.

Certos times, ao evocarem essa rivalidade, não conseguem citar um só feito que possa fazer o outro lado ficar nervoso e parar para pensar em algo para contra-atacar. Simplesmente não há história. E, pior ainda, não há reciprocidade.

Fomos nós que os fizemos sentar durante uma partida para não perderem de mais. Fomos nós que tivemos um goleiro que fazia a feira e já gastava o bicho antecipadamente. Fomos nós que impusemos um vergonhoso 6 x 0 no dia do aniversário deles. Fomos nós que derrotamos o Zico na sua última final. Fomos nós que os vencemos com o nosso time reserva.

Éramos nós que, por muito tempo, dizíamos sozinhos que eles eram os nossos fregueses.

Sim, os tempos são os outros. Tempos de menos glórias e mais dificuldades. Mas ainda somos o Botafogo, o time que várias gerações deles aprenderam a odiar.

Por mais que os anos passem, sempre haverá um Heleno de Freitas, um Jairzinho, um Maurício, um Túlio ou um Maicossuel para irritá-los.

Ou, melhor ainda, sempre haverá uma bandeira alvinegra no caminho deles. Sempre.

Sobre a final

Enfim, não há muito o que comentar sobre o jogo em si. Finalmente perdemos por nossas próprias pernas, mesmo que jogando melhor. Chutamos 26 vezes contra apenas 4 do adversário. Tivemos mais posse de bola. Perdemos um pênalti. Colocamos uma bola na trave. O que podemos fazer se a sorte deles é, praticamente, insuperável? O gol de Kléberson, em que a bola desvia em Alessandro e entra na furquilha, prova isso. O empate foi de romper as artérias. O time, mesmo sem o nosso craque Maicosuel e o matador Reinaldo, demonstrou uma raça inabalável, partiu pra cima e alcançou o resultado. Mas, o que era de se imaginar, eles foram melhores nas penalidades. Têm melhores cobradores e, principalmente, um goleiro excelente em defender os tiros da marca do cal. Foram três, no total. Agora é levantar a cabeça e seguir em frente no longo e cansativo Brasileirão, e na Sul Americana. Saudações Alvinegras!