quarta-feira, 30 de março de 2011

Sai covardia, entra coragem

Caros amigos,

Se isolássemos, no início do ano, um torcedor, sem que ele tivesse acesso às notícias do time e apenas vendo os jogos - e sem som! -, ele perceberia a mudança de hoje. Foi a mesma escalação, mesmos jogadores, mas uma coisa muito importante mudou: a postura da equipe.

Pois é, voltamos a jogar como time grande. Ganhamos apertado, poderíamos ter empatado e até mesmo perdido; mas todo clube grande, que joga como clube grande, corre esse risco sempre. Nosso ex-treinador - o qual não citarei mais o nome em nosso blog - se vangloriava por ter perdido pouquíssimos jogos nos 14 meses em que esteve no clube. Será que ele era um exímio armador de defesas? É claro que não. Ele apenas não fazia o time jogar futebol. Nós assistíamos os adversários jogarem, esperando uma brecha de distração pra se mexer. Fosse esse adversário o Barcelona ou o América - e que fase a do Mequinha, hein? -, a postura era a mesma.

Já Caio Júnior chegou logo falando em colocar o time pra frente, em jogar como time grande. E não só falou, como fez. O que vimos hoje foi um time fraco - desfalques, sejam eles por contusão, convocação ou qualquer outro tipo, só agravaram as carências já existentes -, só que muito bem postado em campo. Jogaram como o Botafogo de Futebol e Regatas deve sempre jogar. Foi pra cima do Paraná, explorou a linha de fundo - que falta faz o Loco! -, tentou algumas jogadas individuais alternando com boas tabelas, e deu até alguns sinais de jogadas ensaiadas. E pasmem, amigos, isso tudo treinado em UM DIA (o único treino com o Caio Jr foi nessa terça-feira).

Realmente, não era força de expressão quando dizíamos que o ex-treinador simplesmente não treinava o time. Enquanto deveria dar padrão ao time, impor uma tática, ensaiar jogadas, ele fazia piadinhas na sala de imprensa. Fiquei muito feliz, mesmo, com o que vi hoje. E a tendência é melhorar com a volta de todos os jogadores que vêm desfalcando a equipe, e também com a chegada das contratações, tão prometidas pela diretoria.

Taticamente falando, não há o que mudar. Vi, hoje, claramente, apenas um rascunho do que planeja o Caio Potter. Um 4-2-3-1, com os laterais se revezando, dois volantes plantados - na minha cabeça, Marcelo Mattos e Arévalo -, com Éverton aberto na esquerda, Maicosuel centralizado e um falso segundo atacante aberto na direita, seja Caio ou Herrera. Com a possível contratação de Gilberto, o Éverton iria pro banco, ou mesmo pra vaga do Márcio Azevedo, que vem rendendo bem abaixo do esperado. Loco jogaria como sempre, centralizado na área. A esperança é que, a partir de agora, ele possa receber bons cruzamentos.

Caio jogou muito bem. Em contrapartida, Herrera esteve, mais uma vez, péssimo. Somália manteve a regularidade de sua versão 2011 e esteve bisonho; ainda mais por ter de jogar numa função que não é a dele, onde seria o Maicosuel no esboço acima. Onde está o tal Fabrício? A nota triste da noite foi a volta de Alessandro ao time titular, devido a lesão de Lucas que deve parar por três semanas, e também a entrada de Fahel, que se fez necessária após a expulsão de Somália.

Enfim, o saldo da noite foi muito positivo. Vencemos, convencemos, e mostramos que não é necessário um grande elenco pra jogar como time grande. Com Caio Júnior, a esperança é ter um time sempre bem treinado e sempre tentando se impor. Se vierem reforços, o ano promete!

Saudações Alvinegras (e ofensivas!)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Reciclar para transformar

Amigos alvinegros,

Finalmente aconteceu o que tanto esperávamos. Alguma coisa me dizia que, ao puxar aqueles coros contra o Joel na pífia derrota para o Vasco, eu estava fazendo algo importante pro nosso clube. E estava! O velho da prancheta preferiu se fazer de vítima e abandonou o barco antes mesmo do fim do Carioca - no qual ele se diz especialista -, jogando a imprensa contra a torcida. Vida que segue.

E segue mesmo, pois o Botafogo agiu rápido e já anunciou seu novo comandante: Caio Júnior. O treinador da nova geração que surgiu para o futebol ao levar o Paraná Clube pra Libertadores - junto com nosso Mago! - assinou contrato até Dezembro, por 250 mil/mês. O Harry Potter brasileiro também teve boa passagem no Palmeiras em 2007, sendo eleito o melhor treinador do Campeonato Brasileiro, e no Flamengo em 2008, quando apagou o incêndio causado por JOEL SANTANA na trágica - e cômica - eliminação na Libertadores, quando perdeu por 3 a 0 em pleno Maracanã, e por muito pouco não levou a mulambada à Libertadores, mesmo perdendo alguns destaques do elenco ao longo do Brasileirão.

Mas o que precisamos destacar é que o grupo não é bom o suficiente para honrar os objetivos almejados pelo clube - e também, nem tão ruim quanto parecia ser no comando de Joel. Precisamos de reforços pontuais, como um camisa 10, um segundo atacante, além de um reserva para Loco Abreu e outros jogadores pra compor elenco.

A respeito disso, o Botafogo vem tentando a contratação dos meias Gilberto (Cruzeiro) e Andrezinho (Internacional), além de já ter quase sacramentada uma negociação com o bom lateral-esquerdo Cortez, do Nova Iguaçu. Inicialmente, o interesse seria já pra Copa do Brasil, mas como as negociações podem não ser tão simples - já que ambos os clubes estão envolvidos na disputa da Libertadores -, os desfechos podem ficar pro Campeonato Brasileiro.

Com esses reforços, o grupo começa a ganhar forma pra disputa do torneio nacional, onde seu objetivo claro é a vaga na Libertadores. Mas como sabemos que essa vaga não vai cair no nosso colo como quase aconteceu no ano passado, ainda não é suficiente. Sentimos na pele em experiências anteriores que, pra se dar bem num longo campeonato de pontos corridos, é preciso ter um elenco forte, com boas peças de reposição. Em breve, farei aqui no blog uma análise do nosso elenco, para sabermos nossas reais necessidades.

Apesar dos novos ares no clube serem positivos, o que nos espera pra próxima partida é um grande problema. Além de o adversário não ser bobo - o Boavista vem fazendo ótima campanha nesse Carioca -, teremos nada mais, nada menos que 12 desfalques. Sim, DOZE. Entre suspensões, lesões e convocações, nosso time titular foi praticamente todo desfeito.

Mas, afinal, o que é um jogo diante do futuro que nos espera? Desejo aqui ótima sorte e muito trabalho ao nosso novo treinador, e que ele leve de volta essa Estrela pro lugar de onde ela nunca deveria sair: o topo!

ps: O blog está de visual novo, e agradeço muito a colaboração do amigo Henrique , que nos emprestou seu talento nesse lindo banner. Abraço!

terça-feira, 8 de março de 2011

Adeus, 1º semestre

Quando tudo parecia caminhar pra uma evolução, com o time sendo escalado no 4-4-2, Lucas recuperando posição, meio-campo mais equilibrado e peças-chave voltando de lesão, o Botafogo fez questão de justificar a célebre frase: "existem coisas que só acontecem com o Botafogo".

Mas, pensando um pouco, será que tudo se justifica com essa frase? Será que tudo o que acontece contra o Botafogo é fruto do azar? É certo que somos um dos clubes mais azarados do mundo, coisas sobrenaturais atacam nosso clube dentro e fora de campo, mas nem sempre os problemas são dessa procedência.

Analisando o nosso elenco - aliás, quem foi o asno que o montou? -, podemos notar um desequilíbrio no que diz respeito a peças de meio-campo, o setor mais importante pra um clube que tenha grandes objetivos. Em meio a nada mais, nada menos que OITO volantes, podemos encontrar um solitário armador: Renato Cajá. Pois bem, ele acaba de ser vendido.

Isso mesmo, a diretoria aceitou de primeira uma proposta do futebol chinês (!) pelo nosso único criador de jogadas. O único que, mesmo apresentando um futebol irregular em 2011, era capaz de jogar bola e pensar ao mesmo tempo. E agora, como faz? Porque eu duvido bastante que a diretoria contrate alguém do nível do Cajá - o que já não é grande coisa. Aliás, eu duvido bastante que a diretoria contrate alguém!

Quem deve estar muito feliz com isso é Joel Santana, o técnico-concessionária. Vai poder usufruir bastante de seus queridos oito volantes, escalando como armador o ligeirinho Éverton, que não consegue nada além de pegar a bola e correr. Raciocinar que é bom, nada. E o treinador (?) vai poder fazer isso sem poder ser questionado, já que não existe opção.

Ainda somos obrigados a ouvi-lo dizer que, se houver necessidade, vão buscar reposição. Pera lá! Já havia necessidade antes mesmo dele ser vendido. Não podemos ficar reféns da volta do Mago, que sabe-se lá quando vai acontecer. E um clube grande que se preze não pode ter em seu elenco, Renato Cajá como único armador.

Enfim, existem coisas que SÓ SÃO FEITAS pelo Botafogo.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pérola aos porcos

Há alguns anos, os técnicos de futebol vêm encontrando um problema assustador: a cada vez maior escassez de bons laterais disponíveis no mercado. No nosso Glorioso, então, nem se fala. Estamos há um longo tempo sem um bom lateral direito, e não lembro nenhum lateral esquerdo razoável além do grande (?) Júnior César.

Mas enfim, o post de hoje vai ser menos abrangente. E, pra variar, vai ser uma crítica - como sempre, muito bem argumentada por aqui. Trata-se do curioso caso do 'posseiro' Alessandro, que, curiosamente, é dono da lateral direita do nosso Alvinegro por mais de 4 anos. E com um futebol medíocre durante todo esse tempo. Tudo bem que, nos últimos anos, não tivemos grandes opções pra substituí-lo - lembro aqui do craque Joílson, a principal avenida de 2007 -, o que pode ser desculpa pra dirigentes e técnicos que passaram pelo Botafogo nesse período.

Mas agora temos uma chance de ouro. Ela tem nome, e é o motivo do post de hoje: Lucas Rios Marques.

Profissional pelo Figueirense desde 2007, o garoto Lucas se destacou no Campeonato Catarinense de 2008, quando foi campeão pelo clube alvinegro. Considerado promissor, o jogador se destacou na Série B no mesmo ano, e mais ainda em 2009 e 2010, despertando o interesse de grandes clubes da Série A, assinando enfim com o Botafogo.

Lucas tem como principais características a velocidade, a facilidade em chegar ao ataque e uma qualidade apurada nos passes e cruzamentos - tudo que o saudoso Alessandro não tem.


Recém-chegado ao Botafogo, o lateral começou a temporada como titular e já agradou. Nas três primeiras partidas do Carioca, foi de longe o melhor jogador em campo, conquistando a torcida com suas rápidas jogadas de fundo e assistências pra gol, algo nunca visto na titularidade do Cabeçandro.

Mas aí entrou em jogo a "estrela" do técnico Joel "burro" Santana. Como o Lucas demonstrava um pouco de cansaço - algo normal em início de temporada -, o retranqueiro-mór resolveu lançar mão de Alessandro em seu lugar. O pesadelo estava de volta. E, incrívelmente, ele acertou um lançamento que resultou em gol. Mais incrível ainda, foi isso torná-lo, mais uma vez, titular.

Será que um lançamento apaga 4 anos de atuações pífias, somadas à boa chegada de um jovem promissor que vinha se destacando? E sim, a torcida também tem culpa nisso. Estive presente no Engenhão no jogo do milagre - o lançamento certo -, e o que se via era ridículo: mesmo que ironizando, a torcida vibrava cada vez que o Alessandro pegava na bola. Isso não se faz nem de brincadeira, pessoal!

Enfim, acho que nada que falei nesse post é novidade pra alguém que entenda o mínimo de futebol. Óbviamente, isso não inclui o Joel, que novamente titularizou o velho posseiro pra partida de hoje, contra o River do Sergipe, no Engenhão. Joel está com a corda no pescoço, e sabemos que uma eliminação - o que seria péssimo pro Botafogo e seu planejamento - poderia ter algo de bom: a saída dele.

Nos resta rezar e esperar, mesmo sem saber a melhor opção. Só o tempo dirá.

Saudações