domingo, 22 de janeiro de 2012

Contra discursos prontos e manjados

Foi só a estreia. Vamos dar tempo pro time encaixar. Os jogadores estão sem ritmo ainda. Até entrosar, demora um pouco. Com o tempo, o conjunto vai melhorar.

Não, esse não vai ser o meu discurso para o primeiro jogo de 2012. O que vimos em campo foi um esboço de time, faltando várias peças, e com os mesmos problemas da temporada passada. Não que isso seja culpa do Oswaldo, que trabalhou exaustivamente na pré-temporada de Saquarema. Simplesmente não temos material humano para consertar as deficiências visíveis do elenco.

Tudo continua parecido: Maicosuel ciscando sem chutar pro gol, Elkeson fora de forma e desinteressado, Mattos em péssima fase. Renato ótimo como sempre, Antônio Carlos seguro e consertando as lambanças de Fábio Ferreira, Loco Abreu fazendo seus gols e perdendo outros, mas sempre sendo importante. No banco, ninguém capaz de entrar e mudar a história do jogo.

De novidade, Márcio Azevedo e Andrezinho. O primeiro, como esperado, nos provou que consegue ser bem pior que o Cortês em má fase. Um desastre. Erra tudo na frente e fica por lá mesmo, enquanto sofremos o contra-ataque. Já o segundo, aí sim, é preciso tempo. Foi aquém do que se espera de um camisa dez, mas foi seu primeiro jogo pelo clube. Tempo ao tempo, nesse caso.


Na parte final do jogo, uma alteração foi simbólica: sai Azevedo, entra Lucas Zen. Destro, zagueiro, talvez volante, entrando na lateral-esquerda - alguém me explica o Renan Lemos nem no banco? Escancarou de vez: não temos reposição alguma. E a diretoria, preocupada em deixar o gramado ótimo para em breve ser estragado com quatro jogos por semana, finge que temos elenco. Eu, em casa, finjo que acredito.

Temos duas opções: continuar aplaudindo vitórias como essa de hoje, achando que tá tudo bom, ou cobrar desde já antes que seja tarde em mais uma Copa do Brasil. De que lado você está? Eu estou sempre do lado do Botafogo e cobrarei desde já, antes que seja tarde como nos últimos 16 anos. Não foi um desastre hoje, mas o panorama é o mesmo de 2011 e já sabemos que não é suficiente.

Ninguém é mais botafoguense por pregar o "apoio incondicional". Pelo contrário: quem ama, cuida. Não vou ficar batendo palminha agora pra chorar lá na frente. A hora da mudança é agora. Precisamos de titulares, precisamos de reservas. Precisamos de elenco. Precisamos agir. A Copa do Brasil é logo ali, e não tem nenhum Resende nos esperando. Acorda, Botafogo!