"Traremos um jogador de fechar o aeroporto". Com essa declaração, em 2009, Maurício Assumpção assumiu a presidência do clube. Cheio de promessas e frases de efeito, o dentista prometia mundos e fundos à torcida.
Em seu primeiro ano de mandato, passamos sufoco. Escapamos do rebaixamento na última rodada. A justificativa foi ter assumido o clube com um elenco quase zerado, salários atrasados e cotas de TV adiantadas. Tudo, por sinal, era verdade. Só que o tal jogador prometido não chegou. Demos o ano de 2010 como crédito a Maurício e sua querida dupla de frente, André Silva e Anderson Barros.
Começando o ano de 2010, uma contratação nos pegou de surpresa: nosso idolatrado Loco Abreu. Ele, junto a um time mediano, nos levou aos trancos e barrancos, ao título estadual, vencendo os dois turnos. Uma contratação que deu muito certo, mas nada que passasse perto de uma contratação bombástica. Ao longo do ano, Loco foi importante dentro e fora de campo, para o Botafogo e a seleção uruguaia. Alcançamos nossa melhor colocação em campeonatos brasileiros desde o título de 95: o sexto lugar. Nada que correspondesse à grandeza da nossa Estrela. O presidente reformulou o clube, colocou a qualidade do marketing lá em cima, mas o tal craque de fechar aeroporto, que ele voltou a prometer em 2010... não veio de novo.
Eis que entramos em 2011 com a sensação de que seria o grande ano do mandato. Ledo engano. A diretoria achava que estava tudo bem, tudo bom, e simplesmente não fez nada. Manteve os erros que vieram no pacote da - nem tão - boa campanha de 2010. Não reformularam o elenco. Perderam peças importantes. Mantiveram um técnico obsoleto e arrogante. Deu no que deu: o primeiro semestre foi jogado no lixo. Fomos ridiculamente eliminados de todas as competições. Vimos mais um rival sendo campeão nacional - agora só falta a gente. O grande impacto desses 6 péssimos meses se transformou em uma correria alucinada por uma reformulação do elenco. Chegaram um lateral, dois volantes, dois meias e um atacante. Só que quantidade não é qualidade. Será que todos que chegaram vão corresponder?
Eis que nesse meio tempo, surgiu a possibilidade de contratarmos Diego, ex-Santos, que está de saída do Wolfsburg, da Alemanha. Quem tem bons contatos, fica sabendo do caminhar das negociações. Estivemos, realmente, bem perto. Mas será que foi feito tudo que era possível? Hoje, o pai e empresário do craque revelou a imprensa que o Botafogo está descartado. Falou que o orçamento do clube já está no limite, infelizmente, e que seria ótimo para o Diego jogar no Botafogo. Já o clube, não deu o caso por encerrado.
Tenho plena certeza que o que nos falta é exatamente esse jogador. Um craque, uma contratação bombástica. Seria perfeito pro clube, não só dentro de campo, mas também fora. Seria um divisor de águas. Um clube do tamanho do Glorioso não pode ficar tanto tempo sem um grande jogador. Dentro de campo, precisamos de um camisa 10. Um cara que chame a bola, ponha no chão e pense o jogo. Que seja o cérebro do time, que seja o maestro - expressão que acabou virando sinônimo de coisa ruim pra nós ultimamente, né? - e orquestre esse time pra frente. Fora dele, precisamos de uma referência, um jogador que faça o Botafogo ser respeitado por TODOS - sim, a cada ano de fracasso que temos, os rivais e a imprensa nos respeitam menos - e apontado sempre como favorito.
Parece que, mais uma vez, a promessa não será cumprida. E dessa vez, Maurício, não tem ano que vem. Pelo menos eu espero que não, já que as eleições se aproximam. Faltam 7 dias pro fechamento da janela de transferências. Só marketing não é o suficiente.
E aí, Assumpção? Vai cumprir a promessa, ou ficar conhecido como o dentista que tirou o sorriso dos botafoguenses? Temos uma semana para descobrir.