quinta-feira, 22 de abril de 2010

Uh, aceita!

Alvinegros do céu e da terra,

A festa está completa. Conseguimos, mesmo aos trancos e barrancos, vencer o Campeonato Carioca. Depois de ninguém mais acreditar. Nem sequer nós mesmos. Ou alguém pensava em título depois daquele 6x0? Pois é. Mas fomos nos recuperando e a superação aumentava a cada rodada.

Veio a semifinal da Taça Guanabara, e o Flamengo pela frente. O temido Flamengo. E com ele, veio nossa tão esperada vitória - e uma prévia, mesmo sem sabermos, da alegria que ainda teríamos neste campeonato. Na final, o Vasco, que nos aplicara 6x0 outrora. A confiança estava, definitivamente, de volta. Vencemos também o Vasco, e com certa autoridade. É campeão!!

Eis que começa a Taça Rio, paralelamente à Copa do Brasil. Começamos o segundo turno meio atabalhoados, e todos já aceitavam a ideia, completamente plausível, de não ganharmos também a Taça Rio. Até porque, além da vontade maior dos adversários, existem os já conhecidos interesses extra-campo - até mesmo da parte da nossa diretoria, em função da renda dos jogos finais. Pouco antes da semifinal, o baque de uma eliminação pífia, em casa, contra um time da Série D, pela Copa do Brasil.

Mas eu, como um bom botafoguense, entendedor de muita coisa que se passa com nosso Glorioso, afirmei: depois daquela derrota, eu estava mais confiante. Sabia que aquela eliminação precoce era sinal de alguma coisa. Uma coisa boa. Mas não esperava tanto..

Chegada a semifinal, contra o Fluminense, que também havia nos vencido no decorrer da Taça Rio. O pequeno tricolor dava mostras de que venceria, e bem, a partida. Virou em poucos minutos. Confesso também que, naquele intervalo, eu já me conformava com a derrota. Eis que o Botafogo me deu uma porrada e disse: acorda, ISSO É BOTAFOGO. Vencemos e aguardamos o adversário, que viria no dia seguinte.

Acompanhando em casa a segunda semifinal, torci bastante pro Vasco. Além de torcer pelo meu pai, vascaíno doente, torcia por mim também. Não queria o Flamengo denovo. Sabia a atmosfera que seria criada, tinha medo do medo dos jogadores. Mas alguém achou que seria fácil pra gente? Nunca foi! Flamengo venceu, junto com a arbitragem - talvez meu maior medo -, e todos já davam como certo o título rubro-negro, assim como na semi da Guanabara.

A semana passou se arrastando, uma hora por minuto. O movimento por ingressos, de certa forma, me impressionava. Eu não conseguia acreditar, mas o nosso setor inteiro havia esgotado. Eu precisava daquilo. Precisava ver aquilo. Pra acreditar, mesmo. E também, pra confiar na felicidade praquele domingo.

Entrei no Maraca e senti aquele clima da nossa torcida. Pela primeira vez contra a raça ruim, vi a confiança nos olhos de cada botafoguense. Antes mesmo da partida, já estava tudo lotado. A verde transbordava. E aquilo me fez muito bem. Às vezes, eu olhava pra trás, em meio àquele barulho ensurdecedor - FOGO OLÊ OLÊ OLÊ -, e pensava: é, meu Deus, é hoje.

Rolou a bola. Os 90 minutos, eu não vou comentar aqui, hoje. O que é uma hora e meia diante do que esse tempo representou pra nós? Superamos tudo. Superei a síndrome dos minutos finais. Porque, você sabe, depois de três anos naquele "Quanto tempo? - 40 minutos - gol do Flamengo", qualquer um fica traumatizado. Mas não. Dessa vez, não tinha pra ninguém. Campeão, sem necessidade de final. Ganhamos os dois turnos. Festa maravilhosa da torcida, no Maraca e em General.

O título da superação, da raça, da união, da honestidade, da humildade. A frieza de Loco Abreu, a garra de Herrera, a sorte e competência de Caio, os milagres de Jéfferson, a vontade de Fábio Ferreira, a superação de Fahel e Alessandro, a disposição de Túlio Souza e Cajá, a entrega de Somália, e a irreverência de Joel Santana. Isso tudo ficou marcado. Pra sempre. Sem esquecer dos outros, como Marcelo Cordeiro, Edno, e todos os que participaram dessa conquista.

Alguns podem dizer: "mas foi só um Carioca". Não me apego a Taças. Não vivo de resultado, vivo de paixão. Amo o Botafogo, sendo campeão ou não. O que exalto aqui é o que esse título representa pra nós. E quem é Botafogo, assim como eu, sabe do que estou falando. "89 foi começo de uma era", diz a música. E, se Deus quiser, 2010 também vai ser.

Vejo TODOS vocês no Brasileiro, hein?

Saudações Alvinegras Campeãs!

ps.: Procura-se um tal de "Império do Amor"

sexta-feira, 2 de abril de 2010

1° de Abril

1° de Abril! Foi o que pensei quando vi Eduardo figurando novamente em nossa escalação, ante um jogo importante, mesmo que esnobado e ignorado por 90% da torcida. Uma piada de mau gosto, pensei eu. Joel só podia estar tentando pregar uma peça em nós, torcedores. Mas não, era sério. Eduardo entrou em campo mais uma vez, envergando a nossa Gloriosa camisa 7, e fez mais uma partida pífia.

1° de Abril! Foi o que pensei quando sofremos o 1x0 com um gol do meio da rua, em falha do nosso milagreiro Jéfferson. Mesmo no jogo em que cometeu suas duas primeiras falhas desde que voltou ao Botafogo, o goleiro Jéfferson teve mais uma boa atuação, executando ótimas defesas e ainda pegando um pênalti - mal marcado, por sinal - e nos salvando de um vexame ainda maior.

1° de Abril! É o que pensei hoje - e sempre - vendo Leandro "guerreiro" jogar. Completamente perdido. Não dá combate, não tem saída de bola, não protege a área, não dá cobertura aos alas, faz faltas ridículas e vai como uma criança de 5 anos pra cima da bola. Se eu já tinha chegado ao meu limite em relação a esse verme, hoje eu ultrapassei!

1° de Abril! É o que sentimos ser quando vemos Lúcio Frágil entrar em campo, sempre com sua faixa de capitão, sua camisa dez e seu cabelo arrumadinho. Não se dá ao trabalho de suar a camisa. Não arma uma jogada de perigo. Não ousa. É o fracasso em carne e osso. Até quando?

1° de Abril! É todo dia que dou uma olhada na lista de reservas e vejo os melhores jogadores do elenco por lá. Fábio Ferreira foi de uma atuação excelente na final da TG direto pro banquinho, sabe-se lá porque. Edno, um dos maiores potenciais do elenco, continua sem uma chance concreta. Caio é o "trunfo" de Joel, ou seja: entra pra tentar limpar a merda. Como o velho pinguço gosta de cartas como exemplo, aí vai: sim, guardamos um coringa pra usar em caso de necessidade. Desde que se tenha um jogo bom em mãos. Caso não tenha, o trunfo tem de ser usado de primeira. Em outras palavras, enquanto não tivermos no elenco alguém melhor que ele, a titularidade é mais que óbvia.

1° de Abril! É a única explicação que vem na minha cabeça pra tudo isso que citei nesse post. A única explicação pro que Joel realizou hoje no Engenhão. Mas não, não é de hoje, isso não começou no 1° de Abril, e nem vai terminar nele, infelizmente. E aí, vamos continuar endeusando o cara por dois jogos (Fla e Vasco), ou vamos cair na real enquanto é tempo e cobrar resultados reais?

Parabéns, Joel. Nesse 1° de Abril, você criou a melhor piada. Obrigado!